“Sol de Inverno”: 30 de setembro a 06 de outubro

15º Episódio

Sofia é salva por Lé e outros manifestantes que a conseguem libertar do polícia que a está a segurar. No entanto, há um outro agente da autoridade que lhe filma a cara. Á porta da Boheme a multidão arremessa vários objectos contra Laura, que se mantém coberta de tinta vermelha e é ajudada a entrar na empresa por Carlos, Benedita e um segurança, para além da polícia que tenta afastar os manifestantes.

Andreia contorce-se com dores e Eduardo impõe-lhe que vá ao hospital. Ela tenta evitar que o marido descubra o que se está a passar mas Eduardo destapa-a e vê que ela tem a camisa de dormir e o lençol manchados de sangue, percebendo que a mulher está de novo a abortar. Ela chora e começa a temer que o marido descubra que o aborto foi provocado, para poder fazer a campanha publicitária da Chiffon. Cheio de raiva Eduardo vocifera que ela não serve para nada. Nesse momento, recebe uma chamada de Benedita que o avisa da manifestação que está a ocorrer na Boheme. Eduardo explica que não pode ir para a empresa e pede que a secretária o mantenha informado. Assim que desliga o telefone, ajuda Andreia a levantar-se, insistindo em levá-la para o hospital.

Teresa fica espantada quando Salvador lhe conta que a mãe ofereceu um cheque em branco a Matilde para se afastar dele e que foi à agencia imobiliária e cobriu o sinal que eles tinham dado, impedindo que alugassem a casa que queriam. Teresa lamenta que o irmão tenha saído da Boheme, reconhecendo que estava a fazer um bom trabalho, enquanto ele assume que o mais provável é regressar a Londres, assegurando que já não dava mais para estar a trabalhar com Laura. Eduardo interrompe a conversa para dizer que vai para o hospital com Andreia porque ela está a perder sangue. Os irmãos seguem-no e oferecem todo o seu apoio à cunhada. Eduardo informa Teresa que está a decorrer uma manifestação à porta da empresa e sugere-lhe que ligue a alguns jornalistas que conhece para minimizar os danos na imagem da empresa. Depois de ficar a sós com Teresa, Salvador diz que o incidente podia ter sido evitado, pois avisou com tempo a mãe e o irmão de que a utilização de pele animal nos sapatos podia dar mau resultado. Teresa suplica-lhe que vá até à empresa tentar controlar a situação, argumentando que foi ela a aprovar a colecção tal como saiu para o mercado. Salvador aceita fazer o sacrifício, só porque a mãe lhe está a pedir, já que a sua vontade era deixar a mãe entregue à sua sorte.

Laura limpa a cara e está visivelmente desorientada por causa da manifestação que teve de enfrentar à porta da empresa. Benedita entra no gabinete levando-lhe uma muda de roupa e prevenindo que os jornalistas insistem em falar com ela ou com alguém da Boheme. Ainda muito nervosa, Laura decide que, de momento, não haverá qualquer reacção da empresa, indecisa sobre o que deve fazer.

Horácio fala ao telefone com Rosa e repete à mulher que não vai ao jantar que Nuno e Simão lhes quiseram oferecer na casa nova. Depois de “despachar” a mulher, cruza-se com Lurdes que vem do balneário meio chorosa. A operária pede-lhe para levar o desperdício de pele da fábrica, justificando que como Jacinto não encontra emprego, sempre pode fazer uns cintos, umas malas ou umas carteirinhas com aquele material, mantendo-se ocupado e ganhando algum dinheiro. Horácio autoriza Lurdes a dispor dos restos de pele e manda um abraço ao amigo.

Célia ganha coragem e convida Fábio a ir até ao palacete, onde está a morar, uma vez que ele fica entusiasmado ao saber que Salvador também lá está hospedado, pois gostava de dar uma palavrinha ao patrão sobre algumas ideias que tem para a fábrica. A empatia entre Célia e Fábio começa a crescer, levando Isabel a brincar com a situação.

Rita, que ouviu escondida a conversa entre Lurdes e Horácio, chega à zona das máquinas e anuncia que se alguém quiser dois rolos de pele excedentária que os peça. Lurdes oferece-se e como nenhuma outra colega se mostra interessada, Rita dispõe-se a ceder-lhe o material. Isabel estranha a atitude generosa e pouco habitual da chefe. Logo de seguida é novamente surpreendida por que Rita exibe o comando do ar condicionado que foi pedir a Horácio, frisando que vai ligar o aparelho para que elas não sofram com o imenso calor que está a fazer. Lurdes, Célia e Isabel olham-se, incrédulas.

Laura afirma que nada como uma crise para unir a família mas Salvador esclarece com determinação que não vai voltar à Boheme e que só ali está porque Teresa lhe pediu. A mãe interroga-se indignada como é que meia dúzia de radicais provocaram um prejuízo tão grande, mas mostra-se renitente à solução que o filho aponta e que passa por mandar tirar toda a nova colecção de sapatos das lojas, apresentando um pedido publico de desculpas. Laura não gosta da ideia mas acaba por pedir a Salvador que assuma a comunicação da empresa e fala aos jornalistas. Atendendo ao melindre da situação, o filho acaba por aceitar a tarefa.

Sofia desfruta em casa de Manel da sua pequena vitória e está feliz com os danos que causou a Laura, confessando o enorme prazer que sentiu quando a cobriu de tinta. Manel considera que ela foi longe demais e que podia ter sido presa. Sofia sublinha que isso não aconteceu e deixa claro que não tem nada a perder e que, por isso, recusa baixar os braços na luta contra Laura, convicta de que a Boheme voltará a ser sua. Manel desabafa que se tivesse dinheiro abria uma marca só para ela.

Fátima comenta que a manifestação na Boheme acabou mal com a intervenção da polícia e Lé conta que ajudou a colega que atirou com a tinta para cima de Laura e que por isso quase foi presa. Mariano aconselha prudência porque agora a polícia filma tudo, mas Lé afirma que isso era mais no tempo da outra senhora, embora reconheça que no tempo actual da senhorita, vontade não falta para fazer o mesmo. Fátima lembra o tempo em que tinha de lidar com os polícias na feira e conta que bastava dar-lhes um sorriso para os demover de perseguições. Mariano murmura que bem os compreende e Lé, querendo ajudar o livreiro a conquistar Fátima, dá-lhes bilhetes que lhe tinham oferecido para uma comédia, na expectativa de os juntar. A empregada teme que Carlos lhe leve a mal por sair com outro homem mas Lé faz-lhe notar que não faz mal ir ao teatro com um amigo. Mariano diz logo que está disponível e Fátima acaba por aceitar, exigindo que o espectáculo a faça rir. Mariano tenta dizer-lhe algo, mas nada lhe sai da boca com o nervosismo que sente.

Andreia fica em choque quando o médico que a assiste no hospital lhe comunica que a sua tentativa de abortar não foi concluída e que agora transporta dentro de si um bebé que vai nascer com várias deficiências. O obstetra força Andreia a admitir que tomou compridos para não ter a criança, considera legitima a sua opção de interromper a gravidez mas apenas de comum acordo com o marido. O médico defende que ela tem de contar tudo ao marido e decidir com ele o que fazer agora. Andreia fica perplexa, pois vai ter de enfrentar Eduardo.

Margarida desabafa com Luís após um treino de equitação em que o seu desempenho esteve longe de agradar. Ela queixa-se dos problemas que ultimamente têm castigado a família e o instrutor mostra-se interessado, merecendo um beijo apaixonado. Luís afasta Margarida com delicadeza e lembra que devem ter cuidado, ao mesmo tempo que a leva para uma zona escondida, junto aos estábulos.

Perante a surpresa dos jornalistas presentes na conferencia de imprensa da Boheme, Salvador comunica que a marca decidiu retirar das lojas todos os sapatos da nova colecção, pedindo desculpa aos clientes e público em geral por terem utilizado peles de animais na confecção do produto.

Eduardo fica desolado com a perspectiva de não ser ainda desta vez que consegue ser pai e, sem saber que Andreia quis provocar o aborto, assume que não quer ter um filho deficiente, concordando que a mulher interrompa a gravidez. Andreia chora, mais por medo de que o marido descubra que ela tomou os comprimidos abortivos, do que por outra razão qualquer. O médico troca com Andreia um olhar reprovador, mas não conta que foi ela a responsável pelo mal que o feto sofreu. A modelo concorda com Eduardo que é melhor perder o bebé e o marido não esconde a sua enorme desilusão.

Carlos escolhe um destino paradisíaco em folhetos de viagens, para contar às suas conquistas que foi ali que passou férias nesse Verão. Dulce reprova-lhe a mania das grandezas e avisa que se a patroa descobre que ele anda a dizer que a mansão onde vivem é dele, o põe na rua em três tempos. Carlos desvaloriza e responde à mãe que está tudo controlado. Ela resmunga e manda-o lavar o carro que ficou todo sujo depois da manifestação.

Artur toma uma cerveja no bar da praia na companhia de Concha, queixando-se de não ter mais marcações como acompanhante durante o mês. A namorada pergunta-lhe se não será melhor arranjar um emprego a sério, uma vez que as pequenas empresas estão quase todas a fechar. A conversa não continua porque Concha tem de ir para casa resolver um problema profissional, depois de receber uma mensagem no telemóvel.

Matias, Violeta e Lúcia acabam de fazer surf e a mãe elogia uma manobra que a filha efectuou dentro de água. Matias lembra que o pai combinou ir buscá-los, temendo que se esqueça de novo mas Lúcia sai em defesa do ex-marido e justifica esse facto com o argumento de que não têm de se dar mal som porque o casamento acabou.

Lé pinta um vaso com motivos alusivos à manifestação contra a Boheme. Fátima entra no salão a avisar Tomás que não deve comer os churros que estão expostos à frente nas montras porque já são requentados. Tomás elogia a arte de Lé e o impacto que a manifestação teve na Boheme, pois levou a que a empresa retirasse os sapatos do mercado e que o vizinho do seu quarto tivesse de falar aos jornalistas. Salvador ouve a parte final da conversa e, depois de frisar que sempre foi contra a utilização de peles verdadeiras de animais na confecção dos sapatos, defende que a Boheme não cometeu qualquer ilegalidade. Lé pede-lhe desculpa pelo incómodo, dado tratar-se da sua empresa, mas afirma que a questão é moral. Salvador fecha a conversa dizendo que a empresa não é sua e assevera que só falou publicamente porque a irmã, Teresa, lhe pediu.

Andreia é amparada por Margarida quando regressa a casa. Teresa pede-lhe que se sente a seu lado, enquanto Laura pede a Eduardo, que está de semblante carregado, para falar com ele. Andreia fica receosa e intrigada como o que a sogra terá para conversar com o marido.

Laura acaba por confortar o filho pela perda de mais um bebé, dizendo que ele e a mulher são novos e que podem tentar de novo uma gravidez. Eduardo duvida que isso seja possível com Andreia. A mãe recomenda-lhe que não se precipite e fala do dia difícil que teve. Eduardo assume que gostava de a ter acompanhado durante a manifestação e critica as opções de Salvador, por ter retirado a nova colecção de sapatos do mercado, sem pensar nos prejuízos que aquela decisão acarreta. Apesar disso, Laura defende Salvador, elogiando a forma como deu a cara pela empresa e resolveu o problema. Eduardo percebe que não vale a pena continuar a atacar o irmão e lembra que as coisas começaram a correr mal à família, desde que Sofia voltou., Laura afirma decidida que tem de arranjar maneira de resolver esse problema de vez.

Rosa encara a visita a casa de Nuno e Simão com o desconforto próprio de saber que o filho divide a vida com outro homem. No entanto, a simpatia de Simão vai atenuando os constrangimentos. A situação só fica mais tensa quando Vasco pergunta se o avô não janta com eles. Simão intervém e explica que Horácio tem outras coisas para fazer, enquanto Manel lembra que não vão faltar oportunidades. Simão saúda o facto de Rosa ter levado um bolo de chocolate, que ele se dispõe a devorar sozinho. Rosa fica siderada quando sabe que Simão é filho de Laura, dona da Boheme, a empresa onde Horácio trabalha. Nuno responde singelamente à mãe que não lhe tinha contado por não ter calhado em conversa.

Joana está pronta para sair de casa à noite e tem alguns comprimidos na mão, que acaba por não tomar, interrompida por Sofia. A tia agradece-lhe a ajuda que deu na campanha contra a Boheme e ela afirma que é o princípio da queda de Laura Aragão. Sofia pede ajuda a Joana para lhe arranjar emprego no call center onde trabalha, pois quer desesperadamente encontrar um trabalho que lhe garanta o sustento e ajudar nas despesas de casa. Joana assegura que se abrir uma vaga, essa será sua.

Teresa enfrenta Laura e mostra desagrado pelo facto dela ter interferido, de forma a separar Salvador de Matilde, afirmando que quando se aperceber do seu erro será demasiado tarde. Teresa lamenta ter envolvido o irmão na defesa da empresa, quando a culpa pela escolha da colecção de sapatos foi sua. Laura não aceita que a filha assuma a responsabilidade pelo que aconteceu e lembra que Eduardo discorda de que tenha sido errado utilizar as peles de animais nos sapatos. Teresa diz que o irmão é sempre do contra e sugere que ele e Andreia façam uma viajem por causa da perda de mais um bebé. Laura concorda que essa será uma boa solução, atendendo à desilusão que o filho está a sentir. A empresária atira a pressão da sucessão para Teresa, estatuto que a filha rejeita, lembrando-lhe que apesar de não excluir a maternidade na sua vida, não tem agora condições de saúde para isso.

Eduardo repara que Andreia se prepara para tomar mais um comprimido antes de deitar e arranca-o das suas mãos com violência, culpando-a por ter perdido o filho. Ela enche-se de determinação e ensaia tomar outro comprimido. Eduardo insulta-a e dá-lhe um estalo. Andreia responde com mágoa e dispara em retaliação que, provavelmente terá de tentar ter filhos com outro homem, já que ele não é capaz. Eduardo perde a cabeça e agride a mulher de forma repetida, com grande violência.

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