“SuperNanny” estreia na SIC debaixo de onda de polémica

SuperNanny
“SuperNanny”

A SIC deu ontem início às emissões de “SuperNanny”. Na estreia o programa de Carnaxide levantou uma onda de polémica que passou das redes sociais para a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens.

Pode consultar aqui a audiência de estreia de “SuperNanny”.

A CNPDPCJ considerou, já nesta segunda-feira, «existir um elevado risco» de o programa da SIC «violar os direitos das crianças», nomeadamente o direito à reserva da vida privada.

A estação de Carnaxide estreou ontem o formato onde uma psicóloga clínica se desloca a casa de uma família para ajudar os pais a controlar a rebeldia dos filhos.

«Numa primeira análise efetuada ao conteúdo do programa», a comissão considera existir um «elevado risco» de este «violar os direitos das crianças, designadamente o direito à sua imagem, à reserva da sua vida privada e à sua intimidade».

Num comunicado hoje divulgado, a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens considera ainda que o conteúdo do programa é «manifestamente contrário ao superior interesse da criança, podendo produzir efeitos nefastos na sua personalidade, imediatos e a prazo».

No âmbito das suas atribuições, e tendo em conta os conteúdos pré-anunciados do programa e queixas remetidas à comissão, a CNPDPCJ manifestou junto da estação de televisão SIC a sua «preocupação face a este tipo de formato e conteúdos solicitando uma intervenção com vista à salvaguarda do superior interesse da criança».

Remeteu igualmente para a Entidade Reguladora da Comunicação Social o pedido de análise do conteúdo do programa. A CNPDPCJ informa ainda que encaminhou para a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) com competência territorial a situação concreta transmitida no domingo pela SIC para «avaliação e acompanhamento do caso».

No comunicado, a comissão nacional apela também aos meios de comunicação social que «assumam um papel responsável, protetor e defensor dos direitos da criança». Reconhecendo o papel fundamental da comunicação social na «construção de uma opinião pública informada e sensibilizada para a defesa dos direitos da criança», a comissão nacional apela aos media que «assumam um papel responsável, protetor e defensor dos direitos da criança».

Teresa Paula Marques, a psicóloga clínica que dá rosto ao programa, remeteu, em declarações ao Observador, quaisquer esclarecimentos para a produtora Warner Bros. TV Portugal e para a SIC. A pivot do programa adiantou ainda que não está no programa enquanto psicóloga clínica, não detalhando porém em que posição está.

Com Lusa