Trabalhadores da RTP Porto apreensivos face a futuro

A Subcomissão de Trabalhadores da RTP Porto mostrou-se apreensiva face ao futuro, lamentando que as «promessas» da administração não se tenham concretizado, enquanto a empresa disse manter-se comprometida com o Centro de Produção do Norte.

Num comunicado intitulado «Promessas de inverno, amores de verão», os trabalhadores da RTP Porto lembraram que, na sequência da transferência da produção do programa “Praça da Alegria” para Lisboa, a administração da estação pública fez «uma série de promessas», entre as quais que «a produção própria para a RTP2 seria integralmente assegurada a partir do Porto», algo que na realidade atual, segundo a Subcomissão de Trabalhadores, se encontra «entre o quase nada e o muito pouco».

«Todos os sinais que nos surgem se afirmam no exacto sentido contrário das promessas, mesmo das reafirmadas em reuniões e encontros mais recentes. Sabemos que a hora de decisões importantes está a chegar. Mas não contem connosco para sermos apanhados na curva», sublinhou a Subcomissão de Trabalhadores, acusando a empresa de recorrer a empresas externas para a produção de vários programas.

Por seu lado, fonte oficial da RTP afirmou, em resposta escrita enviada à Lusa, que a empresa «mantém a aposta e o compromisso em relação à RTP Porto» e que se está «a trabalhar no sentido de valorizar e rentabilizar as instalações», por acreditar «firmemente na importância, capacidade e competências das equipas» da estação pública.

«O processo de reestruturação levado a cabo na RTP é de médio/longo prazo, pelo que muitas das medidas serão realizadas atempadamente, sempre que estejam reunidas as condições necessárias para o seu sucesso», acrescentou fonte oficial da empresa.

Os trabalhadores da RTP Porto deram, também, o exemplo do programa de informação “24 Horas”, «que já estava a revelar-se uma marca distintiva e uma âncora importante do acesso do público tardio às notícias em canal aberto» e que passou a uma síntese de 20 minutos às 22H00 na RTP2.

«Os trabalhadores da RTP/Porto estão atentos e vigilantes. E não abdicarão, certamente, do seu direito a alertar de novo a sociedade civil que tanto os tem apoiado», salvaguardou a subcomissão.

O Governo adiou a privatização ou concessão da RTP, remetendo o processo para a operação de reestruturação da empresa em curso, informou, no final do mês passado, o memorando de entendimento assinado pelas autoridades portuguesas e pela troika’ após a sétima revisão ao programa.

«A venda ou a concessão de um canal de televisão e estação de rádio pertencentes à RTP foi adiada e a retoma [desta operação] vai ser tratada no processo em curso de reestruturação da empresa [tendo em conta] condições de mercado apropriadas», lê-se no ‘Memorandum of Understanding on Specific Economic Policy Conditionality’.

Com Lusa