TVI tem nova aposta para as 18h! Saiba o que é

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Com o fim do “Apanha Se Puderes”, a TVI já definiu o que vai colocar na faixa das 19h, antecedendo a nova série de “Inspetor Max”.

“Belmonte”, um dos grandes sucessos de 2013, é aposta de Bruno Santos para este horário, debatendo-se assim frente a “Avenida Brasil”.

Escrita por Artur Ribeiro a partir do original chileno “Hijos del Monte”, “Belmonte” conta com a presença dos atores Graziella Schmitt, João Catarré, Lourenço Ortigão, Filipe Duarte, Diogo Amaral e Marco D’Almeida nos principais papéis.

No Concelho de Estremoz, no Alentejo, cinco irmãos, filhos adotivos do patriarca alentejano Emílio Belmonte, gerem o grupo empresarial Belmonte, detentor de empresas no ramo da Vinicultura, Azeites, Exploração de Mármore, Turismo Cinegético e Investimentos Financeiros e Imobiliários. A família Belmonte está ligada à história ancestral da terra, mas Emílio, o último descendente da família, casou com Clarisse, uma mulher que não podia ter filhos e, por tal, para a sobrevivência do nome, o casal foi adotando as crianças. Cada um dos quatro irmãos mais velhos, João, José, Pedro e Carlos, são responsáveis, respetivamente, por uma das áreas de negócios, enquanto que Lucas, o mais novo, foi estudar fotografia para Londres. Os negócios, apesar da crise, mantêm-se estáveis, e a harmonia familiar é evidente, continuando os cinco irmãos a viver juntos no Monte da família.

Enquanto no Alentejo se fazem os preparativos para o noivado de João com Julieta – filha da outra família mais antiga da terra, só que falida, os Milheiro – no Brasil, Emílio está com Sofia e a filha, Paula, revelando-se que Emílio tem uma outra família. Sofia foi amante de Emílio e ficou grávida na altura em que Clarisse se encontrava enferma com um cancro terminal. Como Sofia se recusou a abortar, Emílio pagou-lhe a mudança para o Brasil onde nasceu Paula, a quem nunca disseram que era filha de uma relação extramatrimonial, crescendo com a história falsa de que o pai passa maior parte do tempo em Portugal por causa de negócios, que espera um dia vender para se reformar no Brasil. Após um dia de felicidade “em família”, na sua fazenda no Pantanal, Emílio parte para Portugal, deixando Paula em lágrimas, como sempre, na hora de dizer adeus. O que ela não sabe é que se está a despedir do pai para sempre. No caminho para o aeroporto, Emílio vê o que parece ser um acidente de viação e resolve parar para ajudar. Mas o que parecia ser um acidente é na verdade uma emboscada fatal para Emílio.

No Alentejo, durante a festa de noivado de João com Julieta, quando se espera a todo o momento a chegada de Emílio, surge um helicóptero em que chega, em vez do esperado patriarca, o advogado da família que traz consigo a má notícia: Emílio sofreu um acidente de viação e morreu no Brasil.

João embarca para o Brasil e ao chegar ao hospital onde se encontra o corpo do pai, depara-se com Paula, por quem sente um amor à primeira vista, sentimento que parece mútuo, sem que João saiba ainda que ela é filha biológica de Emílio, ou Paula saiba que João é filho adotivo do seu pai. Quando ambos percebem que são filhos, cada um à sua maneira, de Emílio, o choque é incomensurável e irá lançar Paula e João para o maior desafio, conflito, mas, ao mesmo tempo, a maior aventura, das suas vidas. Será que estão destinados um ao outro, ou eternamente condenados pelo passado e os erros dos seus pais?

Sofia revela a João a sua história com Emílio e pede desculpa à filha por nunca lhe terem dito a verdade, mas acharam que seria o melhor para ela. Embora Sofia se apresente como mulher de Emílio, a verdade é que forjou uma certidão de casamento com ajuda de Gustavo, o advogado português que trabalhava para Emílio no Brasil e que tem uma atração por Sofia, sendo capaz de tudo por ela. E Sofia agora quer ter o que nunca teve, ou seja, ser reconhecida como mulher legítima de Emílio, ter a sua maior parte da herança e voltar para Portugal para ser a “senhora” Belmonte.

O surgimento de Paula e Sofia no seio da família vai desequilibrar a união dos cinco irmãos que, não sendo ligados pelo sangue, irão testar até que ponto a vivência fraterna que partilham poderá acabar por se perder e deixar vir ao de cima as individualidades mais complexas que cada um poderá carregar no seu ADN. A presença de Paula entre os irmãos irá despoletar questões até antes nunca colocadas: quem são, que significado têm as suas vidas, o que é a família, o que os une, o que os separa, quem verdadeiramente amam, e o que realmente querem fazer. Por outro lado, Paula vai descobrir uma mãe que não conhecia: interesseira, calculista e fria, capaz de tudo para atingir os seus objetivos. O seu único refúgio possível é João, só que João acabou de ficar noivo de Julieta, embora vacile ao conhecer Paula, por quem sente uma ligação muito forte. Esta proximidade entre os dois será mais um motivo de ciúme, inveja e traição entre os irmãos adotivos e entre a própria mãe e filha, cujos objetivos divergem rapidamente ao encontrarem-se na herdade dos Belmonte.

Por outro lado, se a morte de Emílio parece ter sido um acidente, as investigações dos irmãos (que continuam a não querer aceitar que Sofia passe agora a ser praticamente maioritária na gestão dos negócios e queira reinar na herdade) vai levar à descoberta de alguns dados que levantam suspeitas de um homicídio. Quem matou o Emílio? E porquê?

Mas para além da herdade e conflito familiar dos Belmonte, os tempos também estão a mudar na pacata vila do Alentejo onde a família tem a sua forte presença. No decorrer da novela, e passando por outros núcleos, vamos assistir ao choque entre a antiga ruralidade, tradicional, predominantemente machista, e a nova ruralidade, ecologista, biológica e igualitária. Assim como o choque entre as figuras dominantes masculinas, representadas pelos irmãos Belmonte, mas não só, e as mulheres por quem se apaixonam ou traem – e as mulheres que respeitam ou desconfiam – na eterna atração e conflito entre os sexos.

O contraste entre alguns novos habitantes da região com as mais enraizadas e tradicionais pessoas da terra, trará elementos de comédia de costumes, em que por vezes o que parece não é, onde as personagens se irão surpreender das mais inusitadas formas, e própria definição de bem e mal, de correto e errado, de pecado e virtude, pode vir a mudar.

Entre a perseverança das tradições e a descoberta de novas formas de estar, entre a intransigência e a tolerância, neste microcosmos rural está igualmente representado o Portugal atual, um país entre uma modernidade em crise e uma nostalgia do passado, que procura uma harmonia, mas encontra clivagens difíceis de amenizar.