O grande reencontro entre Luís Miguel e Mar está para breve em “A Única Mulher”.
De chegada a Lisboa, Luís Miguel procura Mara no Hospital. Dirige-se à receção perguntando por ela. Está nervoso e ansioso. A rececionista parece conhecê-lo de algum lado, mas atende uma chamada, deixando-o sozinho.
Entretanto, Mara está a sair e cruza-se com o marido na receção, mas não o vê. O filho de Pilar percorre o corredor, encontra uma folha onde está escrito o nome de Mara e guarda-a.
Pouco depois, entra na sala de enfermagem, mas ninguém dá por isso. Uma enfermeira diz a Luís Miguel que Mara acabou o turno e foi para a missa na Igreja das Memórias. Ele sai, confuso, sem entender o que está a acontecer.
Enquanto isto, na igreja, todos se preparam para assistir à missa de homenagem a Luís Miguel. Família e amigos estão presentes. A missa decorre.
Todos estão comovidos ao recordar o engenheiro. Mara fala aos participantes:
– Esta noite não dormi. Quis escrever um discurso. O melhor discurso. Mesmo sabendo que nenhuma palavra estaria à altura do que o Luís Miguel foi, do que é para nós. Mas perdi-o. Perdi a folha. Não que não soubesse de cor tudo o que lhe queria dizer, mas…. Tenho-te aqui, Luís Miguel. Não és passado. Nunca serás. És presente. És agora.
Enquanto todos continuam de olhos postos em Mara. Ela ergue a cabeça em direção à porta. E aí aparece um raio de claridade que quase cega e uma figura recortada que ganha forma em contraluz. Ela olha para aquela imagem na porta que quase parece um milagre e vê Luís Miguel.
O filho de Pilar também a olha da porta, repetindo a palavra agora, ao mesmo tempo que ela finaliza o discurso. Nesse momento, alguém o arrasta à força do local.
Horas depois, na casa dos Sacramento, todos sentem saudade e tristeza. Mara abraça as filhas com ternura, sem saber que o marido está vivo e trancado numa garagem, inconsciente.
Pouco depois, Luís Miguel acorda, sentindo que alguém se aproxima. Vê um homem com calças de ganga e ténis brancos, mas não percebe quem é. Pergunta o que querem dele, mas não obtém resposta. Recorda a conversa que teve com Joana, nos Açores.
Momentos depois, é atirado um prato com comida para o interior da garagem. Luís Miguel começa a desesperar, tira do bolso o papel que recolheu no hospital e lê o discurso que Mara tinha preparado para a missa.
Passou um ano. Um ano! E eu continuo a sentir-te tão perto. Tão perto que arde. Tão perto que engana. Engana o coração. Engana a dor. Mas alimenta também. Ajuda-nos a viver. Porque viver sem ti é morrer. Por isso…. Continuamos todos a ter-te. E eu…. Tenho-te aqui. Nas gargalhadas das nossas filhas, no olhar do Kandimba, na doçura da Joana. Tenho-te aqui, Luís Miguel. Não és passado. Nunca serás. Es presente. Es agora.
O irmão de Francisca emociona-se. As lágrimas teimam em aparecer, mas ele seca os olhos, tentando agarrar-se à força daquelas palavras.