Alberto da Ponte esteve ontem na Assembleia da República a prestar declarações ao órgão de soberania.
No decorrer da audição, o presidente da administração da RTP assumiu que será difícil continuar à frente dos destinos da empresa.
O administrador da estação pública considerou que o Presidente do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP não tem condições para continuar.
Na Comissão Parlamentar para a Ética, Cidadania e Comunicação, Alberto da Ponte rejeitou que a empresa tenha cometido algum ato ilícito com a compra dos direitos da Liga dos Campeões e não poupou críticas à atitude do (CGI).
Demitido pelo governo, que aceitou a deliberação do CGI, o presidente do conselho da RTP não reconhece motivos para uma destituição por justa causa e irá reagir por «todos os meios legais» ao seu alcance para defender a honra e a reputação profissional.
Está assim garantido mais um braço-de-ferro que, ao que tudo indica, irá acabar na barra dos tribunais. «Em caso algum vamos permitir que a nossa reputação profissional construída ao longo de anos seja posta em causa», disse o ainda responsável.
Já três administradores da RTP, também ouvidos, consideram que «não existe qualquer causa para destituição» e creem que o governo «não vai carimbar uma proposta de destituição injustificada».
Resta agora esperar pela assembleia geral onde o acionista Estado, com representantes dos ministros Poiares Maduro e Maria Luís Albuquerque, decidirá se aceita ou não o pedido do CGI. Só depois desta tomada de posição é que um novo conselho de administração poderá ser nomeado.