Maya Booth faz um balanço positivo da sua Inês de “Dancin’ Days”

Dancin' Days
Maya Booth viveu a desequilibrada Inês de “Dancin’ Days”

“Dancin” Days” terminou nesta sexta-feira e houve uma personagem que se destacou nos momentos finais da novela que liderou as audiências até ao último episódio.

Maya Booth deu vida a Inês, uma arquiteta que sofre de depressão pós-parto e tinha um distúrbio mental de personalidade.

À Notícias TV a atriz refere que esta personagem mexeu muito consigo, mas não a conseguiu desiquilibrar, como acontece noutros casos. «Não, não me desequilibrou. Sou bastante forte, temos de ser fortes. Pôs-me, diria, num estado de cansaço… Senti esse cansaço, sobretudo, quando o desequilíbrio da Inês começou a manifestar-se. Foi difícil para mim gerir tudo, mas houve um dia em que pensei: “Isto não pode afetar-me pessoalmente desta maneira!”», referiu, acrescentando que «Quando acabava o meu dia de gravações e regressava a casa, sentia algum peso… mas era natural senti-lo porque passava o dia todo naquelas emoções».

Apesar de um afastamento conseguido entre atriz e personagem, existiram momentos em que as duas se tocaram: «Tive crises de choro por causa da Inês. Mas, rapidamente, percebi que se tinha essas crises de choro podia usá-las… As emoções que eu sentia e me faziam chorar eram um acumular de tudo o que estava a acontecer nos últimos meses. Não sei explicar-me bem… No fundo deu-se um misto da Maya e da Inês…».

Viver durante meses uma personagem à qual foi diagnosticada depressão pós-parto e um transtorno de personalidade, síndrome de borderline mexeu com os sentimentos de Maya Booth: «Não. Senti-me, sim, mais frágil e mais sensível. Senti que tinha os sentimentos à flor da pele, estava a viver coisas muito dramáticas no meu trabalho. Aprendi, acima de tudo, que é muito importante gerir a nossa energia. E, às vezes, eu dou de mais».

Para construir a Inês de “Dancin’ Days”, a sua intérprete demorou para a perceber e incorporar, facto que não foi imediato: «Tenho de confessar que foi difícil para mim “agarrar” a Inês durante os ensaios. Entrei a medo e só com a ajuda da Custódia [Gallego] e do Vítor [Norte] é que consegui conhecê-la e compreendê-la melhor. Foi complicado entender o ritmo dela e as suas motivações. É preciso lembrar que a Inês começa por ser uma rapariga muito equilibrada, serena, e que era o pilar da família, e só mais tarde é que sofre uma grande mudança». A atriz admitiu ainda muita leitura acerca de casos semelhantes: «Li e fiz muita pesquisa na internet, discuti muitas ideias com a Custódia sobre bipolaridade e o distrúrbio da Inês. Quanto à depressão pós-parto, ouvi testemunhos de pessoas que conheço e que partilharam comigo as suas experiências mais intímas. Também me chegaram testemunhos através de e-mail e vi documentários», refere.

Com cenas de loucura latente, para Maya Booth houve algumas sequências difíceis de filmar: «Houve cenas muito fortes e muito difíceis de gravar. Trabalhei com um bebé na novela, que era o meu filho, e tive cenas nas quais tinha de estrangulá-lo e isso, como se pode imaginar, foi complicado. É óbvio que usámos um boneco e existem várias maneiras de imprimir essa imagem em televisão, mas a emoção tinha de estar lá. Foi muito difícil fazer as cenas em que olhava para os olhos do bebé e tinha de dizer coisas tão horríveis. Às vezes, até desviava o olhar e, logo que terminava de gravar aquela cena, ia a correr abraçar os pais do bebé para lhes garantir que não sou assim [risos]!».

Inês entrou diretamente para a galeria de personagens preferidas da atriz, mas não está sozinha: «Tenho a sorte de me serem atribuídos papéis com características muito interessantes. Por exemplo, estou a lembrar-me da personagem Sofia na novela da SIC “Floribella” que me deu tanto gozo… E também adorei fazer a personagem da Márcia Cristina na novela da TVI “Deixa Que Te Leve”», referiu à NTV.