“Sol de Inverno”: 16 a 22 de setembro

4º Episódio

Álvaro e Sofia regressam a casa de Tomé, conduzidos por Orlando que aparenta estar muito tenso quando lhe diz que lhes entregará as chaves da casa que lhes vai alugar, assim que no dia seguinte lhe pagarem os dois meses de renda. Assim que o casal sai do carro, Orlando arranca a toda a velocidade. Sofia ainda desabafa com o marido que não confia muito em Orlando. Quando entram em casa de Tomé, encontram-na toda remexida e percebem que as suas coisas, dinheiro e jóias desapareceram. Rapidamente fica claro em Álvaro e Sofia que foram enganados, saindo desesperados à sua procura. Álvaro ainda confunde Tomé com um transeunte que interpela, julgando tratar-se do falso amigo. Raul, que está acompanhado pelo sobrinho Eusébio, é quem vale ao casal, dando-lhes abrigo enquanto não resolvem o que fazer da vida. Raul esclarece que Tomé sempre andou envolvido em esquemas e que sobreviveu, servindo um lado e outro, durante a guerra. Sofia e Álvaro sentem algum conforto com o amparo de Raul mas estão destroçados sem poderem recorrer às autoridades para recuperarem tudo o que Tomé lhes roubou.
Rosa nem quer acreditar quando Manel lhe diz que Ana o abandonou, deixando-lhe o filho a cargo. Nuno comenta que a irmã já tinha manifestado há algum tempo que estava insatisfeita, mas Horácio resmunga zangado que isso não á motivo para ir embora sem lhe dizer nada a ela ou à mãe. Rosa tenta convencer-se de que a filha voltará de um momento para o outro. Manel pede ajuda aos sogros e, quando Vasco aparece e o abraça, justifica a ausência de Ana, dizendo ao pequeno que a mãe teve de ir tratar de uns assuntos e que a partir de agora vão passar algum tempo sozinhos a brincarem muito juntos. Manel avisa os sogros e o cunhado de que vai avisar Laura que não pode viajar para Milão.
Matilde telefone aos pais para Maputo. Álvaro estremece ao ouvir tocar o telemóvel que Tomé lhe tinha emprestado e adivinha que é a filha quem está a ligar. Sofia atende a chamada e Matilde conta-lhe, à beira das lágrimas as conversas que teve com Lourenço e Laura. Sofia fica aliviada com o facto do amigo ter prometido ajuda e pede a Matilde que se afaste de Salvador mas ela afiança que o rapaz não é como o resto da família, disposta a manter o namoro. Sofia garante à filha que ela e o pai não precisam que lhes mande dinheiro, recomendando que o guarde pois vai fazer-lhe falta. Matilde despede-se já em lágrimas, sem moedas para continuar o telefonema. Assim que desliga tenta recompor-se.
Salvador faz uma corrida de cavalos com Margarida e deixa a irmã ganhar. Quando desmontam ela pergunta-lhe se não ficou de pé atrás com Matilde, já que persiste em ir com ela para Londres. Salvador defende a namorada e afirma com convicção que não acredita que Sofia e Álvaro tenham desfalcado a empresa. Margarida aceita a opinião do irmão e confessa que terá muitas saudades suas. Ao mesmo tempo conta-lhe que vai contratar um treinador novo pois quer apostar a sério na dressage, para que o pai sinta orgulho nela, esteja onde estiver.

Isabel mostra-se determinada a procurar Salvador para lhe contar que ele é seu filho, nascido de um caso que teve com Francisco. Dulce faz ver à afilhada que só vai estragar a vida do rapaz, pois quando Laura souber que o marido a traiu com uma empregada da fábrica, a primeira coisa que fará é expulsar de casa o rapaz que adoptou. Isabel ainda contra-argumenta perguntando a Dulce se consegue avaliar o que ela sente por estar há vinte anos afastada do filho, acrescentando que com a morte de Francisco terminou o pacto de silencio que tinham. A madrinha consegue fazer prevalecer o seu ponto de vista, tornando claro que Salvador perderá a vida luxuosa que tem se Isabel revelar que ele é seu filho e de Francisco. A operária fica lavada em lágrimas mas sabe que Dulce tem razão, embora recuse esquecer que tem um filho.
Raul prepara o almoço e Sofia põe a mesa. Reparando no desanimo do marido, Sofia abeira-se dele, que lhe pergunta o que fizeram para merecerem tal sorte, ficando de um momento para o outro apenas com a roupa que têm no corpo. Quando fica a sós com Raul, mostra-se receoso de ser descoberto pelas autoridades. O amigo assegura que ali está em segurança mas Álvaro pede ao amigo que lhe arranje uma arma, agora com o pretexto de que se Tomé ali aparecer, a pistola poderá ser útil.
Laura mostra-se agastada quando Eduardo conta que Manel desmarcou a viagem a Milão, justificando que teve um problema com a mulher. Laura nomeia Teresa para substituir o contabilista na feira internacional, para desagrado de Eduardo que se sente subalternizado e Andreia que já estava preparada para acompanhar o marido na viagem. Laura pergunta a Salvador se sempre parte para Londres no dia seguinte e fica em alerta quando o filho responde apenas que, em principio viajará. Quando o ambiente começa a azedar, Simão interrompe e diz que tem uma coisa muito importante para dizer, lamentando não o ter feito antes de o pai morrer. Simão anuncia que é gay, provocando reacções diferentes à mesa do jantar. Teresa e Salvador confessam que não estão surpreendidos, Margarida e Andreia apoiam a sua opção. Eduardo insurge-se contra o irmão e contra a sua própria mulher, porque desconfiava da situação e nunca lhe disse nada. Eduardo reforça que se o pai fosse vivo lhe dava um par de estalos e Salvador sai em defesa de Simão, exigindo a Eduardo que não diga disparates. O conflito agudiza-se e Eduardo atira contra Salvador que ele não se incomoda porque Simão não é seu irmão de verdade. Laura manda que todos se calem e diz a Simão que aceitará a sua opção, desde que se comporte bem em público e não coloque constrangimentos à família. Laura retira-se para o escritório e Eduardo, irritado, retira-se para o quarto, decretando que não vai tolerar que o irmão entre em paradas gay ou outras manifestações do género, afirmando que só lhe faltava ter agora um irmão bicha. Andreia segue o marido e, envergonhada, diz que vai falar com ele. Simão, com a cara mergulhada nas mãos, confessa que não era aquela a reacção que esperava. Salvador conforta Simão com uma palmada amigável.
Salvador expressa a Matilde todo o amor que sente por ela e diz que a espera no aeroporto no dia seguinte para irem para Londres. Matilde sorri mas não esconde temer que a mãe não aprove a ideia. Salvador afirma que já não têm idade para que os outros lhes digam o que devem fazer e mostra-se disposto a desistir da família só para ficar com ela. Salvador e Matilde beijam-se apaixonados.
Vasco cria dificuldades a Manel quando o pai o prepara para ir para a creche. Rosa e Horácio chega na altura certa para ajudarem a despachar o neto. Rosa desautoriza Manel por causa de uma camisola que Vasco quer vestir. O genro pede-lhe que não o faça e que mais tarde terão de falar sobre o assunto. Manel sai para ir trabalhar na sede da empresa e Rosa vai vestir a Vasco a camisola que ele quer, apesar de Horácio lhe dizer para não contrariar as determinações do genro. Rosa recebe entretanto uma chamada de Ana e atende em grande tensão. A filha conta que está bem e que desapareceu para viver a sua vida. Rosa suplica-lhe que volte mas Ana zanga-se com a mãe e desliga o telefone. Desesperada, Rosa abraça-se a Horácio e chora convulsivamente, até que é obrigada a esconder o seu desgosto com a chegada de Vasco. Os avós saem com ele, sem que o miúdo perceba o desgosto que lhes invade a alma.
Laura íntima Simão a aceitar trabalhar na Boheme e o filho tenta esquivar-se frisando que é ilustrador e não designer de sapatos. Laura desvaloriza a opção dele e afirma que pode continuar a fazer o que quer nas horas vagas, exigindo-lhe uma resposta rápida. Laura pergunta por Salvador e fica a saber que ele está a fazer a mala para ir para Londres. Quase de saída, a matriarca recomenda a Simão e Margarida que passem na empresa para que ela se despeça de Salvador. Andreia estraga tudo ao dar a entender que Matilde também vai embarcar com Salvador. Laura estaca ao ouvir o que a nora acabou de dizer e só muito a custo não explode de raiva. Simão e Margarida recriminam Andreia mas a cunhada defende-se dizendo que a mãe deles ia acabar por saber que Salvador e Matilde planeiam viajar juntos.
Matilde está a fazer a mala na companhia de Joana e de Concha quando recebe uma chamada de Laura que diz estar no exterior da casa à espera para falar com ela.
Raul oferece trabalho a Sofia propondo-lhe que venda pão nas ruas, uma vez que a sua avó já está muito velhota para continuar o negócio. Sofia fica grata e assume que não está em posição de ser esquisita.
Laura diz claramente a Matilde que se for com Salvador para Londres, retira ao filho a mesada e o votará à mais profunda miséria, devolvendo-o ao destino que teria se não o tivesse adoptado. Matilde está em choque e Laura acrescenta que a mãe dela sabe bem do que ela é capaz para ter o que quer, aconselhando-a a acatar a sua ordem, para não se arrepender mais tarde de ter arruinado a vida de Salvador.
Salvador aguarda impaciente no aeroporto por Matilde e diz a Simão que deviam ter ido buscá-la a casa. Depois de vários telefonemas a que não deu resposta, Matilde aparece no aeroporto, sem qualquer bagagem e diz a Salvador que não pode ir com ele. O namorado fica incrédulo, por não receber uma justificação. Matilde limita-se a dizer que um dia ele vai compreender e lhe perdoará. Despede-se com um beijo e deixa Salvador em choque. Simão arrasta o irmão para que embarque antes que perca o avião. Matilde assiste à partida do amor da sua vida e chora nos braços de Concha, murmurando que nunca conseguirá esquecê-lo.
Sofia olha com desalento o forno onde a avó de Raul cozinha o pão mas recompõe-se e afirma que é preciso começar por algum lado.
Seis meses depois, Sofia está familiarizada com o negócio da venda de pão nas ruas e perfeitamente integrada na comunidade em Maputo. De tal forma que monta uma banca para vender o seu produto. Eusébio está a fazer-lhe companhia e chama por Raul quando o vê a passar. O tio vai até à banca e conversa com Sofia que confessa não se poder queixar das vendas. Ao perguntar por Álvaro, Sofia conta-lhe que ele continua a beber, sem conseguir assumir que a vida mudou e que não pode viver de recordações. Raul quer ajudar mais mas também reconhece que não é fácil, pois o amigo não consegue aguentar um emprego que seja. Sofia deixa a banca entregue a Eusébio e vai procurar o marido, seguida por Raul. Os dois conseguem achar Álvaro, que vagueia embriagado por uma rua da cidade, levando-o para casa. Raul tenta que ele beba uma chávena de café mas Álvaro atira-a ao chão. Murmura que já pensou entregar-se na embaixada e insiste em dizer que já morreu há muito, sem esperança de refazer a vida. Sofia regressa à banca do pão deixando o marido entregue aos cuidados de Raul, que fica a tomar conta dele.
Concha conversa com Matilde e queixa-se da forma de viver da mãe que em vez de vender os produtos biológicos que cultiva no palacete, os oferece a toda a gente. Matilde é de opinião que Lé tem uma forma muito própria de encarar a vida e que só vê as coisas pelo lado positivo. A amiga pergunta-lhe se tem falado com Salvador mas Matilde assume que não tem coragem, depois de o ter deixado no aeroporto e apesar de ele continuar a contactá-la.
Manel trata do filho Vasco que está doente. Quando o telemóvel toca, vê que a chamada é de Laura e não a atende.
Laura, irritada, comenta com Eduardo que Manel não a atende e protesta porque ele sai sempre às seis da tarde da empresa, quer tenha trabalho ou não. Eduardo aproveita para envenenar a mãe e sugerir-lhe que substitua o contabilista, pois ele até foi contra a falência da empresa e sempre defendeu Sofia e Álvaro. Laura deseja que os antigos sócios estejam no inferno e faz um sorriso cínico.
Álvaro, com uma respiração ofegante, olha no vazio e quando desperta dessa letargia começa a escrever uma carta. Ao lado tem uma pistola.
Sofia está quase à porta de casa e fala ao telefone com Matilde, dizendo à filha que está tudo bem e que o pai também vai vivendo uns dias melhores que outros. Matilde pretende ir visitá-los mas Sofia entende que é melhor esperarem o final do julgamento, pois a polícia podia segui-la e descobri-los por essa via. Concluída a conversa, Sofia entra em casa e depara-se com Álvaro que tem o rosto cheio de lágrimas. O marido chora desesperado, pede-lhe desculpa e suicida-se com um tiro na cabeça, ao mesmo tempo que Sofia grita de dor.

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