“Sol de Inverno”: 16 a 22 de setembro

5º Episódio

Sofia ajoelha-se junto do corpo de Álvaro, cuja cabeça está numa poça de sangue. Raul entra na casa e depois de um momento de consternação consegue levar Sofia para o exterior, bem como as pessoas que estavam dentro da casa. O amigo entrega Sofia a Eusébio e Laurinda mas ela recusa-se a deixar o corpo do marido para trás. Raul volta a entrar na casa e observa a pistola que Álvaro tem ao pé de si e retira-lhe a carta de despedida que ele escreveu, entregando-a a Sofia que a lê com grande emoção, especialmente quando Álvaro deixa uma palavra especial à filha, escrevendo que Matilde é a memória mais preciosa que leva da vida.
Sofia ganha coragem e telefona para Matilde, comunicando-lhe o falecimento do pai. A rapariga fica em estado de choque e chora convulsivamente, deixando cair o telefone. Adelino apanha o aparelho do chão e ao falar com a filha confirma que Álvaro se suicidou. Enquanto Matilde chora a morte do pai, Joana e Adelino olham-na condoídos com o seu sofrimento.
Sofia diz a Raul que decidiu voltar a Portugal, levando o marido que quer sepultar com dignidade. O amigo faz-lhe ver que se o fizer será imediatamente presa. Raul lembra que Álvaro está na terra onde nasceu e assegura que lhe conseguirá fazer um funeral digno. Sofia acaba por concordar mas jura vingança contra Laura, garantindo que demore o tempo que demorar, regressará a Portugal para fazer justiça.
Carlos regressa a casa depois de mais uma noitada e tenta passar despercebido mas Dulce manda-o parar perguntando-lhe onde pensa que vai. A empregada censura o filho por chegar de manhã e por ter usado o carro da patroa. Ele brinca com a situação e dispara que por isso é que ela deve ser cuidadosa, para que Laura não descubra que ele usa o seu luxuoso carro. Carlos confessa que com o automóvel e umas roupas melhores consegue raparigas novas todas as noites. Dulce já está toda derretida com a conversa e os carinhos do filho e acede ao pedido para o acordar, quando for altura para transportar a patroa.

Matilde desespera e diz que o melhor é viajar para Moçambique ao encontro da mãe. Adelino tenta animar a neta mas faz-lhe ver que isso não é possível, pois a polícia está atenta a todas as movimentações da família e iria segui-la. O avô mostra-se convicto de que a única coisa que Matilde tem a fazer é seguir com a vida para a frente. Ela, muito desolada, pergunta ao avô como quer que faça o que lhe aconselha.
Lé discute com um cliente que se recusa a pagar a conta da sua estadia, reclamando que o quarto não tinha condições e que por isso piorou da asma. A dona do palacete está prestes a desistir quando o homem ameaça chamar a ASAE. Fátima aparece de frigideira em riste e avisa o cliente de que se não pagar a conta vai usar o utensílio e que lhe fica com a mala da roupa. Célia estranha que ele não queira pagar e afirma que está muito satisfeita com o seu alojamento. O homem ainda esboça uma reacção mas percebe que está prestes a apanhar com a frigideira na cabeça e entrega o dinheiro que deve a Lé. Fátima começa a cantar a sua melodia preferida e regressa à cozinha. Lé esboça um sorriso.
Concha e Lúcia comentam a coragem de Tomás em deixar tudo para trás para ir viajar. Lúcia garante que também alimentou esse sonho durante algum tempo, mas depois ficou presa aos filhos e ao marido Tomás vai ao encontro delas depois do mecânico lhe ter arranjado a carrinha que comprou a Diogo. Lúcia reafirma que não lhe dá duas semanas para que ele telefone ao patrão a pedir de volta o emprego no banco. Concha olha-a de lado mas Tomás deixa-a atrapalhada, ao responder que o que ela queria era ir com ele viajar.
Joana pede a Matilde que a avise se não quiser ir à entrevista de emprego na livraria, pois tomará o seu lugar, já que está saturada de trabalhar no call center. A prima responde com nostalgia que a entrevista é só depois de amanhã e desabafa que tem saudades da mãe. Joana diz sentir o mesmo mas porque sente a falta da boa vida que levavam quando Sofia ainda era sócia e amiga de Laura. Matilde fica magoada com Joana e esta percebe que se excedeu, mudando de assunto.
Laura fala com dureza para Manel e acusa-o de estar a falhar o cumprimento das suas obrigações na empresa. Ele bem argumenta que o filho esteve doente e que não pode abusar dos sogros para tomarem conta de Vasco. Laura mostra-se insensível e explode de raiva quando Manel diz inocentemente que está a pensar tirar uns dias de férias para ficar com o filho. A patroa expulsa-o do gabinete e Teresa sai em defesa do contabilista, fazendo notar à mãe que foi demasiado dura. Laura não se comove e replica que até foi muito branda para o que tinha vontade de dizer, lembrando que não tolera desilusões. A filha olha-a com alguma pena.
Sofia presta a última homenagem ao marido, junto à campa modesta em que ele ficou sepultado, pedindo-lhe desculpa pelo mal que causou. Raul pergunta-lhe se já decidiu o que fazer e Sofia responde que vai ficar ali, embora reafirme que Laura terá de ser responsabilizada por todos os danos que causou.
Mariano faz uma curta entrevista a Matilde e contrata-a para trabalhar na livraria, alertando que o estabelecimento é pequeno e que não poderá oferecer-lhe muito. Ela confessa que também não estava a pensar num ordenado alto mas fica surpreendida por ser escolhida tão rapidamente. Mariano confessa que tinha apenas mais dois candidatos que acabaram por desistir, poupando-o à tarefa ingrata de escolher alguém.
Manel regressa a casa com o filho e repreende o miúdo porque está ao telefone com Teresa e ele não para de jogar à bola. Depois de combinar encontrar-se com Teresa numa esplanada vai ter com Vasco que atira a bola que ele agarra, gritando que o pai fez uma grande defesa. Manel não resiste a sorrir ao filho.
Isabel e Lurdes incentivam Célia a ir ter com Fábio para lhe dizer que gosta dele. Rita mete-se na conversa e atira que nunca viu casalinho tão perfeito, composto pelo burro e pela saloia. Célia baixa os olhos, com vergonha. Isabel fica indignada e provoca Rita dizendo que ela está com ciúmes porque ninguém lhe pega. Ela aproveita a pausa no trabalho para arrastar Fábio até ao balneário das mulheres. Ele é apanhado de surpresa e não resiste à tentação. Assim que promete guardar segredo, Rita começa a despir-se e a despi-lo, beijando-o com uma paixão avassaladora.
Vasco é atropelado no momento em que Manel trabalha na revisão de um contrato com Teresa. Ambos se precipitam para o menino que sangra da cabeça e levam-no para o hospital. Enquanto espera que o filho seja tratado, Manel culpa-se por não ter tomado conta dele, deixando-se mais uma vez ocupar pelo trabalho, lembrando que antes tinha Ana para olhar por Vasco. Teresa estranha que ela nunca mais tenha querido saber deles, pelo menos do filho. Manel acusa a mulher de ter assumido uma posição egoísta. Horácio e Rosa chegam nesse momento ao hospital e perguntam pelo neto, muito preocupados. Teresa esforça-se por animar toda a gente.
Andreia fica desiludida porque o seu nome é mais uma vez rejeitado para uma campanha publicitária. Simão desvaloriza o pessimismo da cunhada e afirma com convicção que ela está melhor que muitas miúdas bem mais jovens. Laura e Eduardo chegam nesse momento. Ele desabafa com incómodo que o dia na empresa lhe podia ter corrido melhor se a mãe tivesse mais confiança nele. Laura responde-lhe que não complique e desvaloriza o amuo do filho quando ele se vai embora a revirar os olhos. Logo de seguida, Laura ataca Simão, pois insiste que ele tem de ir trabalhar para a Boheme em vez de perder tempo a desenhar para umas poucas revistas. O filho reafirma que não se vê a desenhar sapatos e que faz o que gosta. A mãe endurece o discurso e avisa que lhe retira a mesada se ele continuar a sair até altas horas e a não fazer nada para ganhar dinheiro a sério. Simão fica irritado e responde que nunca pediu para a mãe o sustentar. Laura mantém a sua ameaça e Simão retira-se muito irritado. Laura pergunta então por Teresa, estranhando nunca mais a ter visto.
Rosa comenta em surdina com Horácio que Vasco devia ficar em casa deles. O marido não concorda e diz que já bastou o miúdo ter sido abandonado pela desnaturada da filha deles, quanto mais ficar agora também sem o pai. O médico aproxima-se de Manel e informa-o de que Vasco sofreu um traumatismo encefálico ligeiro e que por precaução vai passar a noite no hospital. O constrangimento instala-se quando o médico afirma que a mãe do menino também pode entrar porque ele falou muito nela enquanto esteve confuso por causa da pancada. Manel vai para junto do filho e quando ele diz que quer a mãe, lembra-lhe que agora são só os dois e que vai brincar muito com ele. Vasco fica radiante quando o pai promete que vai comprar duas bicicletas para andarem juntos.
Simão farta-se das chantagens e do autoritarismo de Laura e sai de casa. A mãe fica incomodada com a situação mas mantém a sua altivez. Eduardo aparece ainda a tempo de ver o irmão de mala na mão e pergunta o que perdeu. Fica espantado e troca um olhar preocupado com Andreia quando Laura lhe conta com indiferença aparente que Simão saiu de casa.
Lé ouve Mariano queixar-se de que vende cada vez menos livros, quando Fátima surge ao telefone à conversa com a mãe. Depois de desligar lembra-se do tempo em que estava a viver com os pais e da sua diversão predilecta, a casa assombrada. Simão chega nesse momento e diz que telefonou a reservar um quarto. Fátima faz as honras da casa e oferece-se nitidamente a Simão, dizendo que tinha prometido fechar a barraca das farturas de vez mas se ele se sentir sozinho é só chamá-la, que o seu quarto é logo ali ao fundo. Ele sorri e quando fica a sós olha à sua volta, percebendo que tomou uma decisão sem volta.
Manel demite-se da Boheme e explica a Laura que tem de dedicar-se mais ao filho que ficou sempre para segundo plano, ainda mais agora que ficou sem a mãe. Laura mostra-se insensível a toda a dedicação que o contabilista teve com a empresa e trata-o injustamente, sem esboçar o menor esforço para manter os seus serviços. Eduardo e Teresa ficam incomodados com a frieza da mãe.
Eusébio ajuda Sofia a vender pão na banca e acredita que um dia ainda vão ter uma padaria a sério, daquelas que até vendem bolos. Sofia está melancólica e triste mas, para não desiludir o rapaz, concorda que um dia ainda conseguirão ter isso tudo.
Cinco anos depois, a Boheme com Laura ao comando expandiu-se e ganhou ainda mais nome no mundo do calçado. Em Maputo, Sofia também melhorou a sua vida e já possui uma pequena padaria em que Eusébio também trabalha. Raul entra e pergunta a Sofia se já tem notícias do seu julgamento. Ele conta que o advogado ficou de ligar quando a sentença fosse lida, mostrando-se convencido de que ela será absolvida. No entanto, Sofia teme que Laura consiga dar a volta ao texto e continuar a prejudicá-la.
Laura toma o pequeno-almoço com Teresa e Eduardo e está ansiosa para que o tribunal condene Sofia, fazendo com que ela não possa regressar ao país sem ser presa. Margarida entra na sala e traz consigo Salvador, que foi buscar ao aeroporto. Laura abraça-o imediatamente e reconhece que o seu maior prazer é ter os filhos consigo. No entanto fica irritada quando Salvador diz que também quer ir com eles ao tribunal para conferir o desfecho do julgamento de Sofia. Teresa queixa-se de dor de cabeça e decide ficar em casa.
No tribunal, Matilde não tem como escapar e troca um olhar comprometido com Salvador. O juiz faz a leitura da sentença e absolve Sofia de todos os crimes de que estava acusada, pois ficou provado que tanto a sua assinatura como a do marido foram falsificadas para o levantamento do cheque que os incriminou durante anos. Adelino e Beatriz ficam eufóricos. Matilde mostra-se aliviada e Salvador sorri, contente por ela. Eduardo olha para Laura com preocupação, enquanto a mãe se esforça para não mostrar a sua ira, engolindo a fúria que dela se apodera.
No exterior do tribunal, Matilde tenta ligar à mãe e enquanto ela não atende, troca novo olhar magoado com Salvador. Laura é interpelada pelos jornalistas mas não lhes responde. Adelino grita-lhe que agora é que se vão descobrir os verdadeiros culpados do desfalque na empresa. Com a acidez na ponta da língua, Laura responde que os inocentes não fogem. Beatriz tem de agarrar no braço do pai para que ele não se aproxime de Laura. Matilde consegue finalmente que Sofia atenda o telefone e conta-lhe que foi absolvida.
Sofia conta emocionada a Raul e Eusébio que já pode voltar a Portugal, agora que se provou estar inocente. Afirma que quer estar o quanto antes com a filha, mas também recuperar o que Laura lhe tirou. Antes de preparar o regresso, Sofia faz Eusébio feliz, oferecendo-lhe a padaria e agradece a Raul todo a ajuda que lhe deu, dizendo que ele foi mais do que um amigo, foi um verdadeiro irmão. Todos se emocionam.
De regresso a Lisboa, Sofia reencontra-se com Matilde que abraça com grande emoção. Adelino e Beatriz também a abraçam, colocando termo ao pesadelo que viveram durante cinco anos. Os jornalistas aproximam-se e Sofia faz uma declaração em que saúda a decisão que o tribunal tomou ao absolvê-la. No entanto, lembra que o marido não aguentou a humilhação de deixar o país, prometendo em sua memória fazer tudo para que o verdadeiro responsável pelo desfalque na Boheme seja encontrado. Olhando fixamente a câmara, Sofia afirma que não descansará enquanto a sua ex-sócia Laura Aragão não for presa.
Laura assiste na televisão ao grito de guerra de Sofia e fica perplexa com a sua determinação.

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