15º Episódio
André liberta-se de Patrícia e exige-lhe que não o volte a beijar, fazendo-lhe ver que afinal são cunhados. Ela desculpa-se com o facto de ele ser a única pessoa em quem pode confiar, fingindo que só agora soube que Gonçalo lhe escondeu a vida toda que roubou os filhos de Leonor e que afinal é o pai de Carlota, aceitando conviver com ela como se fosse sua sobrinha. Sem se deter, desabafa que receia ter casado com um monstro, receando até dormir na mesma cama. André continua a achar que Leonor deve saber toda a verdade mas Patrícia dramatiza a situação e afiança que isso vai destruir toda a família. André fica preso à sua angústia, sentindo-se de mãos e pés atados, enquanto Patrícia finge partilhar dos mesmos sentimentos.
Tomás vai ter com Leonor ao centro de mergulho e conta que falou com um amigo que tem na investigação criminal e que ele disse que o mais certo é que a queixa que ele fez de Gonçalo seja arquivada. Leonor fica indignada e o advogado explica que os agentes confirmaram a consistência das declarações de Gonçalo e que as valorizaram mais do que a versão que ela apresentou. Tomás é de opinião que só o testemunho de Alice poderá fazer com que o Ministério Público decida investigar mais a fundo e Leonor faz uma chamada para a enfermeira, para tentar confirmar o seu regresso a Portugal. Alice atende num ambiente de grande confusão e diz que o estado de guerra que se está a viver na Síria obriga a que estejam a evacuar a zona naquele preciso momento e que ela está a fazer a mala para ir até ao aeroporto. Leonor combine ir buscá-la assim que aterre em Lisboa, na manhã seguinte.
Gonçalo discute com Patrícia, irritado por ela ter contado a André que já sabe da história dos bebés roubados a Leonor. A mulher justifica que não havia outra coisa a fazer, já que Amélia contou primeiro o que se passa e o cunhado acabaria por descobrir por si. Patrícia garante que sabe o que está a fazer e que conseguiu que André ficasse a pensar que estão do mesmo lado. Gonçalo lembra que agora têm de fingir que estão desavindos e Patrícia, carregada de cinismo e ironia, dispara que não lhe vai ser difícil fingir, bastando lembrar-se da relação fria e distante que sempre tiveram. O marido fica ainda mais irritado e conta que os riscos de guerra na Síria aumentaram e que Alice pode regressar a Portugal a qualquer momento. Patrícia aconselha-o a levar sempre consigo um advogado, caso tenha de prestar mais declarações na polícia. O da família está fora de casa, pois pode contar algo de comprometedor a Frederico e Gonçalo não quer que o pai saiba demais.
André regressa à empresa e encontra Diogo muito entusiasmado com o seu primeiro dia de trabalho. No entanto, o novo funcionário pergunta se ele se zangou com Leonor, pois teme perder o emprego por ser seu irmão. André fica surpreendido com aquela abordagem e depois de assegurar que não se chateou com a irmã dele, também garante que a única coisa que lhe interessa é se ele é um bom programador. André esboça um sorriso e fica aliviado.
Sara consulta anúncios à procura emprego e Mateus resmunga por começar a trabalhar no dia seguinte na empresa da amiga da mãe. A cunhada tenta que ele perceba que o importante é ter um salário, mesmo que o trabalho pouco tenha a ver com a vocação da pessoa. Mateus teima em não aceitar a realidade e continuar a viver num mundo que não existe.
Tina volta a ter um mau dia no mercado e Joni aproveita para a provocar, tentando seduzi-la. Ela avisa que já está irritada o suficiente com a multa que Eva lhes passou e ameaça dizer-lhe das boas quando a encontrar. Joni volta à carga e insinua-se mas Tina reafirma que não quer nada com ele.
Bento, por sua vez, estende um ramo de amores-perfeitos a Cremilde, desdobrando-se em elogios. Ela bem tenta resistir aos avanços dele, mas acaba por aceitar as flores. Já o convite para jantar é rejeitado sem hesitações.
Eva e Daniel terminam a fiscalização no Porto, ao mesmo tempo que conversam sobre o desejo que ambos têm de serem pais. Ela confidencia que está a pensar convidar Ricardo para um jantar romântico no Salinas de Tróia, para conversar com o marido sobre o assunto. Daniel confessa que para ser pai só lhe falta arranjar uma namorada. Eva muda de assunto e diz que ele tem de ser mais rigoroso na fiscalização e que não pode perdoar as infracções dos comerciantes de peixe, apesar de conhecer toda a gente desde miúdo. Daniel persiste na mentira e reafirma que não viu Cremilde comprar o peixe ao pai dela, recriminando-a por ter sido demasiado duro por tê-los multado.
João aprecia com orgulho a decoração do Muxama, o bar de petiscos que Vitória e Messias vão abrir. Ela elogia o trabalho incansável do irmão e este, acabado de chegar, conta que comprou uma grande campanha publicitária para promover o evento. O pai e a irmã avisam-no de que não pode ser tão desgovernado com o dinheiro, mas ele contrapõe que se trata de um investimento que vai ser recuperado rapidamente. Rute aparece naquele momento, provocando o desagrado de João e Vitória, quando pede para falar com Messias. Ele continua apaixonado e aceita a desculpa que ela dá por nunca mais lhe ter dito nada. Rute diz que deixou o telemóvel cair dentro do lava-loiça e rapidamente o convida para jantar. Ele fica embevecido e nem pestaneja, aceitando na hora. Rute vai embora e Vitória e João fazem questão de mostrar que a ideia não lhes agrada.
Nuno faz as honras da casa e recebe os novos inquilinos, Catarina e Tiago. Este vem de mau humor e a mãe justifica que isso se deve ao facto de mais uma vez o ter obrigado a deixar a escola onde andava e os amigos. Joni chega naquele momento e traz consigo um peixe que oferece para partilharem ao jantar. Tiago é antipático e responde que não têm de viver em comunidade e vai para o quarto. Catarina pede desculpa pelo comportamento do filho e, enquanto Joni e Nuno vão tratar do jantar, diz-lhes que vai telefonar a uma amiga para avisar que já chegou.
Amélia recebe com surpresa a chamada de Catarina e depois de saber que a amiga já está instalada, convida-a para almoçar e porem a conversa em dia.
Patrícia insiste em adoptar um comportamento sedutor e ao mesmo tempo dar um ar de grande fragilidade quando está perto de André. Na estufa, conta-lhe que revelou a Gonçalo ter falado com ele e que o marido reagiu mal, como se esperava. André incita-a a não se deixar desrespeitar por ele e sugere que ela tem sempre a possibilidade de se divorciar dele. A cunhada insiste em elogiar André, dizendo que ele é tão diferente do irmão mas só consegue que ele se afaste e mostre o desejo de regressar à sua casa logo que as obras estejam terminadas.
Diogo confessa a Leonor que adorou o seu primeiro dia de trabalho na empresa de André. Ela conta ao irmão que a médica que contactou a informou de que o bebé que julga que era seu filho, morreu de asfixia, afastando a responsabilidade de Gonçalo na sua morte. A mergulhadora mostra-se esperançada em que o testemunho de Alice possa ajudar a esclarecer a verdade sobre os filhos que perdeu e conta que vai buscá-la ao aeroporto e que tenciona levá-la de imediato a depor na polícia. Diogo pergunta-lhe se já falou com Miguel e a irmã vai imediatamente contactar o amigo através do computador. Miguel conta-lhe que acabaram de fazer uma sessão de mergulho em que ela teria gostado de participar. Ao mesmo tempo, desabafa que gostava de a ter de volta, pois não encontra mergulhadores à altura de a substituir. Leonor reafirma que a sua prioridade é encontrar a filha e perceber o que aconteceu para o filho ter morrido. Miguel pede-lhe que deixe de andar atrás de fantasmas e Leonor fica aborrecida, despedindo-se dele à pressa.
Rute janta com Messias no Hotel Salinas, deslumbrada com o luxo do espaço, confessando que nunca poderia ali estar sem ele, pois é um restaurante muito caro. Ele garante que enquanto estiver consigo não terá problemas de dinheiro e pede-lhe namoro. Rute fica atrapalhada mas, como não quer perder a sua galinha dos ovos de ouro, não diz que não, pedindo apenas algum tempo para que se conheçam melhor. Messias vai na conversa e ainda lhe dá mais cem euros, depois de ela se queixar que não tem dinheiro para renovar os documentos que alegadamente lhe roubaram.
Catarina elogia o peixe que Joni e Nuno prepararam para o jantar e conta-lhes um pouco da sua vida, começando por revelar que é investigadora marinha e que foi destacada para fazer um trabalho sobre o estuário do Sado, justificando a razão de ter necessidade de mudar-se de armas e bagagens com o filho. Tiago passa pela sala e Nuno pergunta se ele não quer mesmo comer algo. O rapaz responde mal e Catarina obriga-o a pedir desculpa. Depois, fala com ele na cozinha e repreende-o pelo seu comportamento, enquanto ele começa a preparar uma sanduíche. Tiago reconhece que não esteve bem e Catarina faz-lhe ver que só ali estão porque ela não tem dinheiro para terem a sua própria casa e que sempre teve em consideração as suas opiniões, desde que começaram a viver juntos. Tiago responde que está habituado a ser empurrado de lugar em lugar desde pequeno, mas acaba por se resignar à razão de Catarina.
Amélia aproveita a oportunidade de estar na sala de estar com Martim, Carlota e depois com André para contar ao marido que a amiga Catarina já chegou. Carlota fica curiosa e a mãe diz que se trata de uma amiga que veio viver com o filho para Setúbal, acrescentando que ela o adoptou só quando ele já tinha doze anos e que durante esse tempo o rapaz andou de instituição em instituição, pois cresceu sem pais. Amélia estima que Tiago seja da mesma idade de Carlota e aproveita para fazer valer o seu ponto de vista quanto ao facto de contarem a Carlota que ela também foi adoptada, mas sem que a filha percebam que está a falar dela. Carlota afirma que fugia de casa ou se matava se viesse a saber que durante anos lhe tinham escondido que tinha sido adoptada. Martim troca um olhar com André, denunciando um grande nervosismo.
Gonçalo conta a Patrícia que descobriu um amigo que está de partida para a Síria e que confia nele para que convença Alice a não dizer o que sabe sobre os filhos de Leonor. A mulher reafirma que é necessário evitar a todo o custo que a enfermeira testemunhe no caso.
Leonor apanha Diogo a comer um bolo depois do jantar e volta a dizer-lhe que come demais, arrependida por não o ter obrigado a ir ao médico. O irmão desvaloriza o assunto e conta que conversou com André sobre a possibilidade de se terem zangado. Leonor garante não querer que isso aconteça e confessa que está preocupada e ansiosa pela chegada de Alice, revelando que combinou ir buscá-la ao aeroporto.
No dia seguinte, acompanhada por Tomás, Leonor espera que Alice apareça na porta de saída do aeroporto, mas inquieta-se porque a enfermeira nunca mais dá sinal de vida. Farta de esperar, Leonor faz uma chamada, mas o telemóvel da enfermeira toca na Síria, ainda no acampamento humanitário que parece ter sido destruído. Leonor fica apreensiva por ninguém atender e começa a temer que Alice não apareça. (conclusão)